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Autores |
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| Jacinto Lucas Pires | Nasceu em 1974. Escreve romances, contos, peças de teatro, filmes, música. Tem nove livros publicados. Em 2008 venceu o Prémio Europa - David Mourão-Ferreira. O seu mais recente romance, «O verdadeiro ator», recebeu o Grande Prémio de Literatura DST e foi publicado nos EUA pela Dzanc. No teatro, trabalha com diferentes grupos e encenadores. Frequentou a New York Film Academy. Faz parte da companhia Ninguém e da banda Os Quais. Mantém o blogue «O que eu gosto de bombas de gasolina». | |
| Jacinto Lucas Pires participa na GRANTA 5 com «O nome das árvores» e na GRANTA 7 com «Ensaio aberto».
De «O nome das árvores»:
«Uma exceção são os agapantos. Não sei se o leitor conhece essa flor cómica com nome de tragédia grega. De uns conjuntos de folhas compridas e estreitas como monstruosas línguas verdes, saem uns caules altos com umas flores despenteadas em cima. "Tudo tenta estar direito; e, felizmente, tudo acaba por falhar", escreve G.K. Chesterton em "The Furrows". E é tal e qual assim que o pescoço dessas flores se eleva das folhas. Como, à saída de casa, um senhor de cotovelos rotos a colocar, com muito cuidado, o chapéu de coco. Uma atitude que evoca girafas e Charlot, e um nome que só funciona no plural. Agapantos. Um dia escreverei uma tragédia greco‑falhada com esse nome.»
De «Ensaio aberto»:
«Não me lembro de ter começado a gostar de teatro. Não recordo nenhuma hora H, nenhuma epifania, nenhum grande momento transformador. Aliás, quando penso em teatro, acho que penso menos em começo do que em regresso.» |